Penicilina é única opção segura para o tratamento contra sífilis

10 de julho de 2021

Por Redação LAIS 12/02/2019

Há outros antibióticos eficientes, indicados para pacientes alérgicos, principalmente nas fases iniciais, mas com benefícios inferiores

A sífilis, por ser uma doença causada por bactéria, é tratada com antibióticos. O tratamento, que varia entre 1 a 14 dias, dependendo da avaliação clínica e do estágio da doença, é feito à base de penicilina benzatina, sendo altamente eficiente, principalmente nas fases iniciais. No entanto, pacientes alérgicos à substância podem ser submetidos a procedimentos com outros antibióticos, porém, os benefícios geralmente são inferiores.

“A penicilina benzatina é a única opção segura e eficaz para o tratamento da sífilis em gestantes. O tratamento alternativo para o tipo adquirida é a doxiciclina via oral. No entanto, é contraindicada durante a gravidez”, explica a médica sanitarista Adele Benzaken, especialista em doenças sexualmente transmissíveis.

De acordo com a especialista, qualquer outro tratamento realizado durante a gestação é considerado não adequado, a ponto de a criança ser considerada com sífilis congênita e submetida à avaliação clínica e laboratorial.

Sobre as reações adversas, a especialista afirma que é importante esclarecer que reações adversas graves à penicilina benzatina são muito raras (0,002% dos casos). Por isso, o receio de efeitos colaterais não deve ser um impeditivo para a administração de penicilina na prevenção da sífilis congênita.

A penicilina benzatina é o único medicamento que ultrapassa a placenta e consegue tratar bebês, evitando que o feto contraia a infecção da mãe e nasça com más-formações que podem afetar os sistemas neurológico, cardíaco e hepático. Além disso, remédios como a ceftriaxona custam o dobro da penicilina.

Parceiro atento

O(a) parceiro(a) do paciente que estiver em tratamento também deve fazer os exames necessários para diagnosticar a sífilis. Especialistas indicam o uso de preservativos para evitar a transmissão da doença, mesmo durante o tratamento.

Pessoas que tiveram relações sexuais sem proteção e apresentarem algum dos sintomas característicos da sífilis devem procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS). O teste é rápido e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos e sem a necessidade de estrutura laboratorial.

Nos casos de resultado positivo, uma amostra de sangue é coletada e encaminhada para a realização de teste laboratorial para a confirmação do diagnóstico. No entanto, para gestantes, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento é iniciado com apenas um resultado positivo, sem necessidade de aguardar o segundo exame.

O acompanhamento de qualidade das gestantes e parceiros(as) sexuais durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita, aquela que é transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez. Contudo, após o nascimento, a criança deve ficar internada para uma investigação sobre possíveis complicações e ser acompanhada até os 18 meses.

Sintomas

Os primeiros sinais e sintomas da sífilis são pequenas feridas que surgem nos órgãos genitais e o aparecimento de ínguas nas virilhas. Essas manifestações costumam aparecer entre 7 e 20 dias depois de uma relação sexual desprotegida com alguém infectado. As ínguas e as feridas não causam dor, não coçam, não ardem e não produzem pus. As feridas podem sumir sem deixar cicatrizes, mesmo sem tratamento.

Os sintomas então desaparecem e a pessoa pensa que está curada. A sífilis permanece, assim, adormecida durante meses ou anos, mas a bactéria continua circulando no sangue. Em um segundo momento, geralmente após meses, podem surgir manchas no tronco e extremidades do corpo (palmas das mãos e solas dos pés). Outros sintomas são queda de cabelo, perda de peso, febre, mal-estar e dor de cabeça.

As manchas e os demais sintomas também somem espontaneamente. Porém, após alguns anos, começam a surgir complicações graves como paralisia, cegueira, doenças neurológicas, problemas cardíacos e doenças ósseas, que podem provocar a morte do paciente.

Fonte: Revista Metrópole

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